segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Decréscimo e Envelhecimento da População no Distrito de Portalegre...e no Concelho de Campo Maior

Este tema foi-nos proposto, por um dos mais assíduos leitores e comentadores do blogue, O Sr. Jack The Ripper, ao qual agradeço. Relembro, que podem seguir este exemplo, iremos ter em conta as vossas sugestões.

Passo a citar a adaptação que fiz, de um estudo sobre o decréscimo e envelhecimento da população no Distrito de Portalegre, publicado no Sitio do Jornal Fonte Nova, com o título “Distrito de Portalegre continua a perder população e a envelhecer”, no dia 6 de Setembro do presente ano(podem consultar na íntegra clicando aqui).

“A estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE) referente á população residente no final de 2007, vem confirmar a tendência para a diminuição e envelhecimento populacional, um fenómeno que começou a ganhar notoriedade em princípios da segunda metade do século XX e que, pelo menos no que concerne à maioria dos concelhos do interior do país, requer a implementação de um conjunto de medidas no sentido de atenuar o desequilíbrio demográfico.

Distrito de Portalegre
Entre 1864 e 2007, sobressaem duas características dominantes: até 1950, o Distrito de Portalegre registou um número sempre crescente de habitantes; a partir de 1960, inclusive, a perda de moradores passou a ser uma constante.

Em 1950, o Distrito de Portalegre contava com mais de duzentos mil habitantes, mas a estimativa referente a 2007 apontava para pouco mais de 118 mil moradores.
É notória a existência de um significativo estreitamento ao nível dos grupos 00-04, 05-09, 10-14 e 15-19 anos de idade, e um alargamento nos escalões etários mais elevados, principalmente a partir do grupo etário 65-69 anos.

Se procedermos a uma análise segundo o sexo, constatamos que a partir do escalão 45-49 anos, a percentagem de mulheres é sempre superior, confirmando os valores diferenciados em termos de esperança de vida à nascença, ou seja, os homens morrem mais cedo do que as mulheres.
Como possível hipótese explicativa para este fenómeno podemos referir o facto de os homens estarem há muito mais tempo, expostos às pressões e a certos vícios quotidianos, enquanto que a mulher, para além de revelar uma maior preocupação em recorrer à medicina, no sentido de adoptar medidas preventivas em termos de saúde, tem uma entrada relativamente recente no mercado de emprego, sobretudo em zonas com fortes características urbanas, sendo essa uma razão acrescida para que os efeitos provocados pelas atribulações que caracterizam o quotidiano da actividade profissional, continuem a reflectir-se em termos de envelhecimento populacional no decorrer dos próximos anos.

A este propósito, sublinhe-se que em pouco mais de um quarto de século, o índice de envelhecimento populacional do Distrito de Portalegre registou um agravamento significativo, passando de 93,3 (em 1981) para 205,4 (em 2007).

Concelhos
A partir de 1950, o declínio populacional a nível concelhio apresenta valores preocupantes. As quinze áreas concelhias que integram o Distrito de Portalegre perderam população, mas se observarmos os dados constantes no Quadro (anexo), mais concretamente no que respeita à variação percentual registada entre o recenseamento de 1950 e a estimativa referente a 2007, deparamos com algumas particularidades: Alter do Chão, Gavião, Monforte, Crato e Nisa perderam entre 61,3% e 63,4% dos moradores; Fronteira, Marvão, Arronches e Sousel registavam variações cujos valores que se inseriam num intervalo compreendido entre -54,1% e -58,6%; Castelo de Vide e Avis perderam, respectivamente, 47,9% e 47% da população. Ou seja, o esvaziamento populacional abrange, de forma significativa, onze dos quinze municípios do Distrito.

Portalegre foi o concelho que registou a menor variação (-14,4%), seguido de Campo Maior (-17,6%), assumindo-se como os únicos municípios que não tinham atingido a barreira dos 20%. Ponte de Sor era o terceiro concelho com menor variação (-21,6%), enquanto Elvas registava uma perda correspondente a -25,7%.

(Clique aqui para melhor visulaização da tabela)

Possíveis Hipóteses Explicativas
O contínuo agravamento da situação existente permite-nos avançar com algumas hipóteses explicativas, nomeadamente:

- a contínua desertificação do interior, fruto da manifesta incapacidade em criar novas indústrias, diversificar o comércio e melhorar/modernizar a agricultura, de molde a gerar empregos e a consequente fixação da população dos escalões etários jovens;

- a diminuição do índice de fecundidade (número médio de filhos por mulher em idade fértil) cujo valor (cerca de 1,3) permanece abaixo do nível de substituição de gerações (estimado em 2,1);

- a diminuição da taxa de nupcialidade e a crescente propensão para o casamento tardio (a idade média da mulher ao nascimento do primeiro filho tem vindo a avançar, situando-se, no que concerne ao Alentejo, próximo dos 28 anos);

- o acentuar da tendência para a redução do agregado familiar ao número mínimo de elementos (casal com um filho);

- as alterações verificadas relativamente ao aumento da esperança de vida (sobretudo, graças à evolução da medicina).

Os números traduzem a realidade de uma zona onde o acentuar dos sinais de envelhecimento exigem reflexão, empenhamento e a adopção de estratégias tendentes a alterar o rumo dos acontecimentos, tanto mais que o progressivo crescimento da população idosa é envolvido por um conjunto de características, em que a especificidade de algumas delas condiciona e determina os comportamentos e as atitudes dos restantes actores sociais na vida quotidiana.

Análise de: José António Correia Pais - Sociólogo"

Campo Maior, ao contrário do que alguns pensam, têm sofrido um decréscimo de população. Acredito que a nossa vila se apresente como um caso particular, devido a sua forte componente industrial, porém isso não poderá ser "tudo" ou por outras palavras isso não chega, para manter as pessoas por cá, é necessário mais e melhor.

Como pode a nossa Vila travar esta situação? Será inevitável devido aos tempos que correm?

Enfim...comentem este estudo, haverá muito para dizer e discutir.

Cumprimentos.

PS: A adaptação/resumo que apresento, resume o essencial, porém convido que leiam o documento na integra (clique aqui).

3 comentários:

Anónimo disse...

Faria falta novas politicas por parte do governo, para que o interior voltasse a ser povoado, mas a maioria dos capitais são investidos no litoral, onde existe a maior parte dos eleitores; votos isso é que conta para os nossos governantes.

Estão a lixar-se para este canto, levam-nos tudo, não raramente no futuro não teremos de ir a correr para Badajoz seja para o que for.

Da Câmara de Campo Maior exigia-se algum programa de maneira a que as pessoas fiquem por estas bandas, visto haver uma boa cojuntura em Campo Maior.

Anónimo disse...

tragam gajos dos paises do leste...LOLOL. smp dá pa trabalharem na agricultura!

Anónimo disse...

Amigos,

Em primeiro lugar o que este estudo vem desmistificar é a ideia que Campo Maior cresceu e que ao contrário do resto do Alentejo era um óasis em termos de crescimento populacional.

Como causas para isto, há por um lado factores que tem a ver com o estilo de vida moderno - menos filhos, casamentos em idades mais tardias - e quanto a estes pouco se poderá fazer.

Por outro lado também há outras causas como por exemplo o facto de muitos jovens sairem de Campo Maior não regressando devido a não encontrarem trabalho. Muitos deles saiem de Campo Maior para estudar e não voltam o que me faz pensar se Campo Maior aproveita e beneficia deste esforço que os jovens fazem para estudar e evoluir.

Não vou aqui culpar a autarquia deste facto nem da diminuição da população mas já uma vez sugeri noutro blog a criação por parte da autarquia de uma empresa que recrutasse jovens talentos do Marketing, da Informática do Direito e os colocasse à disposição da população, seja ao serviço dos comerciantes, seja ao serviço de outras instituições que o necessitem.

Benefícios

1- Fixávamos jovens dando-lhes trabalho

2- Franjas de pequenos enpresários e comerciantes beneficiariam de serviços que de outra forma dificilmente teriam recursos financeiros para adquirir

3- Aumentávamos os empregos directos e indirectos

Já agora e como as conversas são como as cerejas, esta diminuição da população castiga principalmente a chamada "Vila velha" como já foi alvo de comentário aqui

E já agora este envelhecimento e diminuição da população também prejudica a continuidade das Festas das Flores, outro tema bastante querido deste blog.
Pergunto: Porque é que as sucessivas comissões de festas tem insistido na realização das festas pricipalmente na vila velha, quando é precisamente na vila nova onde é mais necessário insistir visto que serão os novos a dar continuidade à tradição? Erro crasso este

Jack The Ripper