segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Ainda a propósito do Martir Santo...

Ainda a propósito do Martir Santo, trago até vós um texto extremamente interessante, que foi uma leitura sugerida por um dos leitor/comentador d' " Ó mê belo Campo Maiore...". Além isso, houve outro dos intervenientes no nosso/vosso Blog que me sugeriu que o colocasse aqui, e pareceu-me de facto algo assertivo.

O texto é do Sr. Mário Crespo, reconhecido jornalista da Sic Noticias, que colabora também com outras plataformas de informação. Podem vê-lo no Jornal das 21h na Sic Noticias.

Mário Crespo: Limpeza étnica (parece longo mas vale a pena ler)

"O homem, jovem, movimentava-se num desespero agitado entre um grupo de mulheres vestidas de negro que ululavam lamentos. "Perdi tudo!" "O que é que perdeu?" perguntou-lhe um repórter. "Entraram-me em casa, espatifaram tudo. Levaram o plasma, o DVD, a aparelhagem...". Esta foi uma das esclarecedoras declarações dos auto desalojados da Quinta da Fonte. A imagem do absurdo em que a assistência social se tornou em Portugal fica clara quando é complementada com as informações do presidente da Câmara de Loures: uma elevadíssima percentagem da população do bairro recebe rendimento de inserção social e paga "quatro ou cinco euros de renda mensal" pelas habitações camarárias.

Dias depois, noutra reportagem outro jovem adulto mostrava a sua casa vandalizada, apontando a sala de onde tinham levado a TV e os DVD. A seguir, transtornadíssimo, ia ao que tinha sido o quarto dos filhos dizendo que "até a TV e a playstation das crianças" lhe tinham roubado.

Neste país, tão cheio de dificuldades para quem tem rendimentos declarados, dinheiro público não pode continuar a ser desviado para sustentar predadores profissionais dos fundos constituídos em boa fé para atender a situações excepcionais de carência. A culpa não é só de quem usufrui desses dinheiros. A principal responsabilidade destes desvios cai sobre os oportunismos políticos que à custa destas bizarras benesses, compraram votos de Norte a Sul.

É inexplicável num país de economias domésticas esfrangalhadas por uma Euribor com freio nos dentes que há famílias que pagam "quatro ou cinco Euros de renda" à câmara de Loures e no fim do mês recebem o rendimento social de inserção que, se habilmente requerido por um grupo familiar de cinco ou seis pessoas, atinge quantias muito acima do ordenado mínimo. É inaceitável que estes beneficiários de tudo e mais alguma coisa ainda querem que os seus T2 e T3 a "quatro ou cinco euros mensais" lhes sejam dados em zonas "onde não haja pretos".

Não é o sistema em Portugal que marginaliza comunidades. O sistema é que se tem vindo a alhear da realidade e da decência e agora é confrontado por elas em plena rua com manifestações de índole intoleravelmente racista e saraivadas de balas de grande calibre disparadas com impunidade. O país inteiro viu uma dezena de homens armados a fazer fogo na via pública. Não foram detidos embora sejam facilmente identificáveis. Pelo contrário. Do silêncio cúmplice do grupo de marginais sai eloquente uma mensagem de ameaça de contorno criminoso - "ou nos dão uma zona etnicamente limpa ou matamos."

A resposta do Estado veio numa patética distribuição de flores a cabecilhas de gangs de traficantes e auto denominados representantes comunitários, entre os sorrisos da resignação embaraçada dos responsáveis autárquicos e do governo civil.

Cá fora, no terreno, o único elemento que ainda nos separa da barbárie e da anarquia mantém na Quinta da Fonte uma guarda de 24 horas por dia com metralhadoras e coletes à prova de bala. Provavelmente, enquanto arriscam a vida neste parque temático de incongruências socio-políticas, os defensores do que nos resta de ordem pensam que ganham menos que um desses agregados familiares de profissionais da extorsão e que o ordenado da PSP deste mês de Julho se vai ressentir outra vez da subida da Euribor."

(Texto de Mário Crespo)

Este texto parece-me bastante oportuno, essencialmente quando se fala do Martir Santo e da situação que Portugal atravessa.
Há dias dizia-me um amigo, que uns individuos de étnia cigana conseguem "tudo o que querem" da Segurança Social, até carrinhas novas.
Ontem, um anónimo escrevia isto: "(...)Vou dar uma sugestão, passem à noite na zona (Martir Santo), e verifiquem com os vossos próprios olhos, o parque automóvel estacionado no local, e vão constatar que ali existe veiculos "novos", que custam mais de 30 mil euros. Eu sei que há pessoas que não ligam aos veiculos de mercadorias, mas certas carrinhas que ali se vêem, custam mais do que adiantei (...)" (clique aqui para ler o comentário na sua totalidade)

Para onde caminha a nossa sociedade? As situações referidas afectam-nos a todos.

Já pensaram que enquanto trabalham, parte dos impostos que vão descontar serão para que alguns sem fazer nada na vida tenham tudo?!?!?

Comentem sff.

Cumprimentos conterrâneos!

Nota: Obrigado a todos que fazem sugestões.

10 comentários:

Anónimo disse...

jose mourinho para presidente!! ESSE SIM! Com o tonel e o campbell!

Anónimo disse...

Sorte vil e degradante…
Fico chocado com certas situações que acontecem no nosso pais, deixando de lado uma ideia e um preconceito racial discriminatório, atrevo-me a dizer que é lamentável “uns do nada terem tanto”.
Pois é, os ciganos tem leis de protecção, que lhes garante um subsídio e que impossibilita a sua expulsão de certos terrenos, mas o nosso sistema de segurança social (quase falido), ainda arranja uns trocos para doar a esse espécime.
Sou a favor do multiculturalismo, com todos os seus efeitos e com todos os seus defeitos, porem não podemos tolerar situações como a que se passa em Campo Maior, não podemos deixar a zona amuralhada da vila “virar favela”, esta situação é inadmissível, agora também não concordo que essa “Roupa” tenha direito a uma casa, num bairro social, e continue a viver dos rendimentos da azeitona roubada e afins.
Charles Tylor no seu livro Multiculturalismo faz-nos menção sobre o grande problema das cidades onde predominam várias culturas, na imiscibilidade e no problema da endoclulturação, no entanto o problema que se prende com a situação dos ciganos em Campo Maior é outro. Na nossa vila raiana ninguém quis ver, todos viraram a cara, desde “Flamas Guerras a Burricos”, resta salientar que todos nós, campomaiorenses ficamos a perder, esta situação não é só ignora-la e ela deixa de existir, é muito mais grave do que isso.
Se continuarmos a ignorar este edema social, um dia vai despoletar situações como se tem visto em Lisboa. É urgente.

siripipi alentejano disse...

O artigo de Mário Crespo é um trabalho jornalistico próprio de quem tem grande valores sócio-culturais, ele foi o cerne da questão narrando com a maior veracidade o que efectivamente se está passando. A Televisão nas sua reportagens, obriga-nos a ler nas suas entrelinhas a realidade. Como é possível um cidadão recebendo o rendimento minimo de inserção e vários abonos de família, ter uma casa dotada de toda a modernidade (play stacion; plasmas, sofás de cabedal, bons electrodomésticos e carro de gama média/alta), quando a maioria dos nosos idosos são marginalizados e nem com a parca reforma podem acorrer às despesas com a saúde para não falar na alimentação? É aqui que reside a extraordinária verdade do trabalho de Mário Crespo, o Governo tem a obrigação de o ler e tirar as necessárias ilações, somos nós como cidadãos, os verdadeiros pagadores desses vampiros de receitas e por isso somos igualmente os verdadeiros contribuintea para que a insegurança e a marginalidade impere.
Como já escrevi no meu blogue a insegurança é uma constante em Campo Maior, é imperioso que sejam tomadas medidas, já apresentei sugestões ao Senhor Presidente da Câmara, todavia, continua a fazer ouvidos de mercador e os cidadãos de etnia cigana continuam, a seu belo prazer, a fazer o que lhes dá na sua real gana!
Campo Maior, 2 de Setembro de 2008
siripipi-alentejano

Anónimo disse...

É uma vergonha...é o pais q temos...são os politicos q temos...temos o q temos pq n temos coragem

João Paulo disse...

Quais políticos?... Qual política?... Não vejo nada!

Ora:

política do Gr. politiké

s. f.,
ciência do governo das nações;

arte de dirigir as relações entre os Estados;

princípios que orientam a atitude administrativa de um governo;

conjunto de objectivos que servem de base à planificação de uma ou mais actividades;

fig.,
astúcia;

maneira hábil de agir;

civilidade.

-----------------------------------

político do Lat. politicu < Gr. politikós

adj.,
relativo à política ou aos negócios públicos;

fig.,
delicado, cortês;

astuto;

fam.,
arrufado com alguém;

s. m.,
o que trata de política;

estadista.

-----------------------------------

Não vejo nada... nada...

Anónimo disse...

Será que o "unico" tema de discussão é a existencia de ciganos no Marfir Santo '

Eles estão por todo o lado e eu pessoalmente vejo-os "circular" por todo o Campo Maior e por todo o País. E não só.

A nossa Sociedade revela uma vontade inequivoca de não resolver este problema.
A integração social dos ciganos.

E se calhar eles têm razão. A nossa Sociedade, ou melhor, o que resta do que um dia foi um projecto dse sociedade livre, está podre.
Eu, se fosse cigano não queria pertencer a esta sociedade. E esta talvez seja a verdadeira questão do problema.

que Sociedade somos ?
Que Sociedade queremos ?
Que fazemos na Sociedade e por ela ?

Uma sociedade de "robots" sob a égide de normalizações que nos privam do tempo e de tempo.
Uma sociedade onde se corre para ir a lado nenhum.
Uma sociedade de hipocrisia onde de x em x anos nos põem a votar sob a égide de mudanças que só existem no momento das campanhas ?
Uma sociedade onde cada vez há mais extractos sociais, sendo que os dois extractos mais eminentes se colocam nos antipodas ? Os muitos muito pobres e os poucos muito ricos.

É nesta Sociedade que querem integrar os Ciganos ?
É esta a Sociedade que queremos ?

Pois repito: se fosse cigano não queria integrar-me nisto, porque o problema não são as sociedades Ciganas. O problema é a nossa organização social, que toda ela está sem rumo, decadente, necessitando uma visita de olhos e mentes atentas.

Anónimo disse...

Costa diz:

MAS QUE ESTÁ ESTA CARA AQUI A FAZER?
É PARA ASSUSTAR A QUEM?
SERÁ POR SER MODELO DE VIRTUDES?
OU PARA AVISAR OS MENINOS: "SE NÃO PAPAS FICAS COMO ESTE SENHOR"!?
QUE ABUSO! TIREM-NO DAQUI!

Três horas da manhã disse...

Caríssimo Costa, o blogger deu um erro anómalo, que já corrigi, não sei pq carga de água desapareceu o texto sobre os sete anos de mandato e veio parar ao post do martir santo LOL.

Como poderá ver agora já está corrigido.

Anónimo disse...

É um atentado a visão quando olhamos para as muralhas e reparamos em que bom estado estão...além de os apartemnetos que existem no seu interior...por favor ja é tempo de expulsar os ciganos...

carlos disse...

O problema dos ciganos em Campo Maior era muito fácil de resolver. Assim houvesse vontade para o fazer por parte de algumas entidades.